Postagens

Ancestralidade Cósmica & Sanguínea

Há quatro anos atrás eu fui convidado para um jantar em que estaria um legítimo guru indiano. Ele não falava português, mas dominava bem o inglês, e foi a língua pela qual nos comunicamos durante toda a noite. Logo que eu cheguei nossa amiga em comum nos apresentou e eu fui caloroso abraçá-lo, mas a primeira gentileza partiu dele: “ouvi falar muito bem de você e estava ansioso para conhecê-lo“. Lhe respondi que também já ouviram muito sobre ele e que estava animado para aquele encontro. Sentados na mesa de jantar ele monopolizou a conversa, não por falta de educação ou egocentrismo, mas por parecer ávido por conversar com alguém que entendesse a língua dele. Não era o sânscrito, mas a espiritualidade em si.  Claro, ele me testou primeiro, jogou algumas pegadinhas, passamos por alguns tópicos triviais, esse tipo de coisa que se faz quando se quer entender o contexto. É como molhar o pé primeiro para sentir a temperatura antes de entrar na água. E quando ele percebeu que podia trocar...

A Esfera Emocional ou A Teatralização do Viver

Tudo o que passamos na vida tem um quê de drama. A nossa perspectiva sobre a realidade se delimita numa espécie de Esfera Emocional, um foco que  teatraliza  as dinâmicas ordinárias que nos acometem. É como se os acontecimentos que se dão nesses espaço suscitassem mais presença, fossem mais tangíveis e intensos, exigissem de nós mais urgência… Esse fenômeno é muito importante porque é o que nos possibilita desfrutar de cada situação. É quando examinamos os detalhes e enxergamos o extraordinário no comum. Essa vivência do drama existencial é que é chamada de “a arte de viver”, e é o cultivo de seu deleite o que chamamos de “encantamento”. Mas, por outro lado, o deslumbre desprovido de presença, ou seja, o deslocamento existencial, o drama como uma espécie de escape do Real é um mecanismo de fascinação e provoca o embotamento e a desintegração da consciência. É importante observar que essa Esfera Emocional, esse foco sensível, pode ser aumentado ou diminuído, e pode ser projetad...
Manifestar amor em cada célula do próprio corpo. Nutrir o seu ser integralmente. Amar a si mesmo de forma transbordante. Ser o que se É e se amar por isso. Amar-se de tal forma a inspirar os outros a amarem-se e a te amarem dessa mesma forma profunda. Amor ilimitado & incondicional.

A queda da institucionalidade mágica

Dedicado ao Jota, ao Pelicano & outros anônimos brilhantes Esses dias um amigo que acompanha o meu conteúdo assiduamente veio me falar do tanto que eu mudei ao longo dos últimos anos. Eu recebi essa fala com certa surpresa e curiosidade. Ele continuou: disse que era muito visível o meu amadurecimento e o acúmulo de experiências que eu tive nesses últimos cinco anos. Disse que eu me tornei menos inflexível, mas que eu continuava firme. E que era óbvio o quanto a minha visão de mundo se alargou. Que não sabia se era devido à quantidade de entrevistas que eu conduzi com pessoas diferentes, mas que eu parecia muito mais aberto às perspectivas diferentes da espiritualidade.  Eu fiquei feliz ao ouvir as impressões dele. Mas também me quedei pensativo. As impressões dos outros são sempre muito reveladoras, é pelo olhar alheio que identificamos padrões e posturas que a nossa miopia cognitiva não nos permite. E o que mais me chamou a atenção em sua fala foi a descrição dessa flexibilida...

Karma Mala - o Início da Jornada

Que suas contas de madeira cedam e se solidifiquem e que se conservem em virtudes Mas que suas contas de pedra não cedam para não darem espaço à derrota do já foi conquistado. 

Das Posses como extensão de Si

Todas as suas propriedades são uma extensão da sua energia. Quando as suas coisas estão espalhadas e confusas, partes de você caem no esquecimento e na inconsciência. Se há objetos que se perdem com frequência, então há fragilidades psíquicas que estão desguarnecidas. Não é uma questão de distração, mas de coesão interna. Se há algo que vive sumindo, mas que não se nota porque é irrelevante, então ele deve ser descartado e destinado a alguém a quem será mais útil. Isso é cortar as pontas soltas e aparar as arestas. Agora olhe para si e veja a quantidade de inutilidades. Veja toda a energia estagnada que existem nas suas gavetas. Pense nos objetos que foram emprestados e nunca mais foram vistos. São parte de sua energia. Pense naquilo que foi subtraído de ti e faça os ajustes: ou retome o que é seu, ou decida que não mais lhe pertence. Faça o enterro das memórias e viva o seu luto, mas não viva numa eterna tensão psíquica de despossuir aquilo que não mais tens em mãos. Corte laços com o...